sábado, 15 de março de 2014

A perigosa "justiça com as próprias mãos"

 
  Esta semana veiculou uma notícia que me deixou profundamente revoltada, com um sentimento de indignação e apelo pela paz.
  Um pedreiro foi amarrado e espancado por moradores de um bairro da cidade de Natal (RN), após ter sido confundido com um suspeito de ter arrombado uma casa.
   É impressão minha ou estamos em retrocesso? Foram milhares de anos para alcançarmos um sistema que tenha o mínimo dignidade e parcela da população resolve querer acabar com tudo?
  Estão querendo de volta a antiga e desumana Lei de Talião, que consistia na rigorosa reciprocidade do crime e da pena, sem investigação digna. Será que a máxima  "olho por olho, dente por dente" é a forma correta de solucionar os problemas da sociedade e, principalmente, do nosso falho sistema penal?
   As pessoas estão equivocadas, pois não se consegue justiça dessa maneira. Sei que o sistema penal brasileiro precisa ser urgentemente reformulado, e que a polícia precisa ser treinada , preparada, cuidadosa e eficiente, mas cometer um crime para justificar outro vai contra os Direitos Humanos a à dignidade da pessoa humana.
   O pior de tudo é que puniram a pessoa errada, não tiveram ao menos o cuidado de investigar quem era o verdadeiro delinquente; e por mais que fosse, o que fizeram é crime, ou acham que os "justiceiros" são menos criminosos que o delinquente que furtou a casa?  Eu tenho certeza que não!
   Vale salientar que eu não "adoto um bandido", não sou a favor, nem tão pouco os considero vítimas da sociedade, como muitos acreditam, mas sei que todas as pessoas precisam de uma pena justa.
   Não somos nós, cidadãos de bem, que devemos pagar pelo sistema penal ruim e mal aplicado.
   Os verdadeiros inimigos do país estão no poder, assistindo esta guerra em suas casas luxuosas, enquanto a população se mata.
   Precisamos de paz, de uma sociedade que entenda o verdadeiro sentido de justiça e que lute por isso de forma lícita. É assim que progrediremos, pois a única coisa que violência gera, é mais violência.