segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Igualdade X Justiça: uma faceta das políticas públicas brasileira

    

    O Brasil, apesar de ter tido grandes avanços e estar na lista de países emergentes, ainda carrega uma dura realidade: a desigualdade social, racial e econômica.
    A herança deixada pelo período de escravidão ainda vive entre nós, e cabe ao governo tentar criar um equilíbrio através de políticas públicas de inclusão social. Uma dessas formas se dá através do criticado sistema de cotas.
    Há quem diga que esse sistema é um absurdo, uma forma de acentuar o preconceito racial e incitar a injustiça com os que não são privilegiados, mas as pessoas não se dão conta de que grande parte da população marginalizada é negra. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a população negra no Brasil é de 97 milhões, 6,5% superior ao total de brancos, mas a quantidade que recebe educação de qualidade é baixíssima, se comparada o seu total com a dos brancos. 
(imagem retirada do site: www.conselhos.mg.gov.br/ccn/noticia/negros-sao-maioria-no-pais)

    Segundo o site da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) "No Brasil, 51% da população são formados por negros. No entanto, as informações levantados para o banco de dados mostram que, apesar dos avanços, ainda existe uma grande desigualdade no país. Exemplo disso é que os negros representam apenas 20% dos brasileiros que ganham mais de dez salários mínimos. A população negra também representa apenas 20% dos brasileiros que chegam a fazer pós-graduação no país."
    É alarmante, mas ainda temos casos de racismo exacerbado anunciados em noticiários, pessoas que não aceitam ser atendidos por negros, que não os contratam e quando o contratam o salário é muito inferior ao de um branco.
    Um fator que contribuiu para uma melhoria nos dados anteriores, foi o tão criticado sistema de cotas.
    Algumas faculdades adotam o sistema de cotas para estudantes de escolas públicas, que na minha opinião, é muito bom, pois o ensino público ainda é precário e muito inferior ao de escolas particulares.
    É tão contraditório, mas a maioria dos estudantes de escola particular, fazem um curso superior em universidades públicas e os alunos de escolas públicas, quando conseguem, cursam em universidades particulares, isto, graças ao Sistema de Financiamento Estudantil - FIES.
    Como falar que IGUALDADE é sinônimo de JUSTIÇA? Fazer com que o método de entrada em universidades sejam iguais seria injusto.
    Sonho com o país onde não precisássemos utilizar sistema de cotas, de equilibrar a desigualdade social, onde tudo isso fosse uma realidade simples e espontânea, sem precisar de intervenção governamental. Sonho em viver em um país sem pessoas "preconceituosas" e racistas, que fazem de nós uma sociedade hipócrita, constrangedora e injusta.
(Imagem retirada do site: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-Pl_X2TgzlacnALB8s-d65_l-EbJnxtbAUxaGjdOUYY9gBx7UO6xCHa7CIhjK_0hR_-5MnC7UyJsTGqju29YwCzadQM11JQl5yx_KwZBrN95vXNp0Hgyiu8a3rNOOeJ54xtxdARJh6Fny/s1600/racismo+quadrinho.jpg)




Fontes:
http://www.conselhos.mg.gov.br/ccn/noticia/negros-sao-maioria-no-pais

http://www.sae.gov.br/site/?p=11130#ixzz2tabt9MP3
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA

2 comentários:

  1. O sistema de contas foi uma saída que o nosso poder público criou para não priorizar a melhoria na educação pública - É o mesmo que tampar o sol com a peneira.

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  2. Concordo com você sobre a falha do governo, que por sinal é grande e devastadora, mas no momento, por esse mesmo motivo, acredito que as cotas são importantes.

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